Manifesto contra o Projeto
¡Oye!, implementado pela Secretaria de
Educação do Estado de São Paulo
----- Original Message -----
From: "APEERJ - Associação de Professores de
Espanhol do Estado do Rio de
Janeiro"
To: <
ELEBRASIL@LISTSERV.REDIRIS.ES>
Sent: Monday, September 18, 2006 9:52 AM
Subject: [ELEBRASIL]
MANIFESTO
CONTRA O PROJETO ¡OYE!, IMPLEMENTADO P
ELA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE
SÃOPAULO
*
MANIFESTO
CONTRA O PROJETO ¡OYE!, IMPLEMENTADO PELA SECRETARIA DE
EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO*
Diante do projeto de "formação" à
distância de professores de espanhol assinado pela Secretaria
de Educação do Estado de São Paulo e
pelo banco Santander Banespa, com a parceria do Instituto Cervantes e
de universidades públicas do Estado de São Paulo,
nós, membros da diretoria da
Associação de Professores do Estado do Rio de
Janeiro (APEERJ), queremos manifestar-nos.
Nossa posição é contrária
à referida proposta e declaramos nosso apoio aos professores
das universidades públicas de São Paulo que
explicitaram as suas críticas em carta enviada aos Reitores
da USP, UNESP, UNICAMP e UFSCar e divulgada no dia 12 deste
mês pela nova diretoria da Associação
Brasileirade Hispanistas.
A meta final do referido projeto (segundo o texto disponível
em
http://cenp.edunet.sp.gov.br/index.htm
)
é que, no ano de 2010, 45.000 docentes estejam supostamente
"capacitados" para o ensino da línguaespanhola nas escolas
públicas de ensino médio de São Paulo.
O curso de 600 horas, inteiramente à distância,
destinado a professores da Educação
Básica II (terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental e
ensino médio) que atuem na rede pública estadual
em qualquer disciplina, será coordenado pelo Universia
Brasil que facultará o acesso à plataforma de
ensino através do seu portal.
Da elaboração dos currículos, fica
encarregado o Instituto Cervantes, enquanto as universidades limitam-se
apenas a uma função mediadora do projeto que os
professores dessas instituições, segundo a
já mencionada carta, desconhecem.
Nosso posicionamento parte da necessidade imperiosa de alertarmos aos
colegas professores, pais e alunos, quanto às
conseqüências que a propostamencionada pode trazer
à formação e
capacitação docente e discente e, mais
amplamente, no entendimento da construção do
conhecimento condizente com as demandas sociais e educativas da
sociedade brasileira contemporânea. Defendemos queseja
respeitada a legislação brasileira vigente que
atribui às universidades a formação e
capacitação de professores do Ensino
Básico, em cursos de Licenciatura comuma carga
horária mínima presencial de 2.800 horas em, no
mínimo, 3 anos.
Entendemos que os projetos que não cumpram essa
exigência, seduzidos por resultados rápidos e
numerosos, correm o risco de ir de encontro a uma história
de construção do saber das
instituições que, apesar das inúmeras
dificuldades, zelam pela excelência das atividades de ensino
e de pesquisa em nosso país.
Consideramos que a formação de professores de
Língua Espanhola, tal como a de docentes de outros campos de
atuação, não deve abrir mão
da defesa da relevância social e cultural de conceber o
ensino de língua como campo científico e
investigativo responsável pelo reconhecimento da
complexidade inerente ao trabalho do professor, cuja
formação não pode, de modo algum,
deixar de cumprir os níveis de exigência e
qualidade conquistados por uma longa trajetória de trabalho.